Prova Objetiva e Dissertativa
Prova Objetiva e Dissertativa
Prova Objetiva e Dissertativa
Profa. Dra. Cecíilia Iacoponi Hashimoto
Os instrumentos de coleta de dados, sejam testes, provas, autoavaliação ou observação auxiliam a avaliação escolar. Existe um grupo de educadores que considera ultrapassados estes recursos avaliativos.
Na verdade, o que se deve discutir não é o caráter de tradicionalismo ou temporalidade destes instrumentos e sim sua adequação aos objetivos e metodologias satisfatórias que atendam às necessidades de coletas de dados para uma prática avaliativa eficiente.
O importante é que o instrumento colete exatamente o dado necessário para descrever o desempenho do educando. Para coletar dados relativos a determinadas habilidades, deve haver uma configuração entre o instrumento e a habilidade em questão.
Além disso, o instrumento em si deve conter uma qualidade técnica que demonstre sua eficiência e satisfatoriedade metodológica, de modo a não prejudicar o alunado devido a uma elaboração inadequada.
- Prova Objetiva
Nos sistemas de avaliação, as provas são utilizadas como ferramentas úteis para checar a aprendizagem dos alunos, habilidades, informações e conhecimentos. Para ter sucesso, uma prova, seja qual for, deve medir o que o professor desenvolveu ou discutiu em sala de aula com o grupo classe.
As provas escritas apresentam-se em três tipos diferentes:
- Orais, já tratadas em artigo anterior, nomeadas por arguição oral;
- Escritas, que podem ser objetivas e dissertativas;
- Práticas, exigem que o aluno demonstre o conhecimento adquirido em alguma atividade que não seja escrita.
A Prova Objetiva requer conhecimento, habilidade e técnica. A elaboração da prova deve seguir um planejamento de modo a garantir que os conteúdos estudados sejam computados nas questões. Ao elaborar os itens da prova objetiva o professor deve pensar nas modalidades da avaliação, conforme apresentadas por SANT’ ANNA : Testes diagnósticos são mais extensos; formativos requerem relação entre as questões ; somativa ou classificação devem ter um domínio suficiente de itens de acordo com os conteúdos, cujo domínio se pretende avaliar. As questões devem ser distribuídas em fáceis, médias e difíceis. SANT’ ANNA (2013, p. 68)
A questão Teste deve também estar ajustada a seu conteúdo. Todo teste deve ter uma apresentação padrão, organizada e clara. É interessante montar um tabela de especificação da prova, onde se indica uma amostragem das habilidades, competências e conteúdos desenvolvidos ao longo do processo de ensino e que serão os elementos constitutivos da avaliação. Cada professor organiza a sua do modo como melhor lhe convier. A tabela deve ajudar o professor a ter maior clareza do que será avaliado, dando uma visão geral dos itens selecionados. Assim, deve-se considerar:
- Conteúdos
- Habilidades desenvolvidas
- Número de questões que serão elaboradas.
Existe uma discussão acadêmica que critica a maneira de cobrança das provas objetivas, sinalizando que as mesmas levam à famosa “decoreba”. É evidente que este não deve ser o objetivo deste tipo de prova e de nenhum outro, embora seja fato que algumas informações desta natureza sejam importantes para o aprimoramento de outros níveis de raciocínio e conhecimento.
- Seleção e elaboração dos itens da prova
Para cada conhecimento estudado, existe um objetivo que o professor pretendeu alcançar. Desta maneira, o item de avaliação selecionado deve refletir sobre as expectativas que o professor tem mediante tal conhecimento.
Apresentamos, a seguir, itens que são desenvolvidos nas questões objetivas:
- Lacuna ou complemento: o aluno deve completar a lacuna com a resposta que preencha adequadamente.
- Associação: o aluno deve estabelecer relação entre duas colunas de frases ou palavras
- Falso ou verdadeiro: o aluno deve escolher uma das duas opções em relação a determinado assunto apresentado
- Múltipla escolha: o aluno deve escolher entre quatro ou cinco alternativas a que estiver correta. Há variação deste modelo, solicitando que seja escolhida alternativa incorreta
- Asserção e razão: este item requer cuidado em sua estruturação. Aconselha-se sua aplicação em classes mais elevadas. Constitui-se por duas afirmações em que a segunda é a razão da primeira
- Interpretação: é constituído por base em um texto, tabelas ou gráficos. O aluno deve selecionar a alternativa que melhor completa o enunciado a partir da ideia expressa no texto ou na imagem
- Item pictórico: fotografias, mapas desenhos. A ilustração é o elemento de comunicação da ideia e é parte do problema exigindo interpretação
O gabarito da prova deve ser pensado seguindo critérios de organização previstos anteriormente, com distribuição equilibrada entre as alternativas de respostas, de modo que não privilegie apenas uma ou outra alternativa de maneira que o aluno consiga o resultado satisfatório apostando em uma ou duas alternativas. Deve-se, ainda, delimitar o tempo total da prova, sinalizando a partir do momento em que se inicia. O critério de correção também precisa ser revelado, apresentando separadamente os valores das alternativas e o valor total da prova.
- Prova Dissertativa
Na prova dissertativa o aluno responde às questões de acordo com sua maneira de escrita. A dissertação em si é uma resposta que se dá a um questionamento, podendo variar de poucas frases a varias páginas. As questões dissertativas devem ser bem elaboradas de modo que desenvolvam, no aluno, níveis de pensamento que agucem seus processos mentais, tais como:
- Aquisição de categorias: mediante um estímulo há identificação e seleção da resposta correta. Exemplo: O professor pede que o aluno liste quatro problemas que a falta de água traz para a população.
- Estabelecimento de relações entre elementos cognoscitivos e experienciais: estabelecem-se conexões entre os elementos dados, discriminação dos elementos, considerando semelhanças e diferenças. Exemplo: O professor pede que o aluno, após ter estudado a falta de água, estabeleça a relação com o problema da energia elétrica.
- Aplicação e conhecimentos: há uma reorganização do conteúdo estudado e aplicação dos princípios, conceitos e fórmulas. Exemplo: O professor apresenta um problema, juntamente com um depoimento escrito de um aluno sobre Bullying, e pede que os alunos discorram sobre o tema apresentando sugestões para que não ocorra na escola em que estudam.
- Generalização de conhecimentos: além da reorganização dos conteúdos, acontece a ampliação e exploração de novas associações. Exemplo: O professor pede que o aluno organize uma síntese de um conteúdo estudado. Desta forma, o aluno deverá apresentar outra organização das ideias sobre a temática. Geralmente, é o exercício mais difícil de ser realizado, visto que muitos alunos tem dificuldade em elaborar resumos. Link:
Podemos citar, também, outras maneiras de auxiliar o aluno a desenvolver a capacidade dissertativa, com exercícios orais que depois podem ser transpostos para a escrita:
a) Crítica: pedir que o aluno julgue, critique, opine, avalie determinada situação;
b) Suposição: ensinar o aluno a verificar todas as possibilidades (verdadeiras, falsas, duvidosas) de determinada situação ou frase;
c) Imaginação: criação de ideias em cima de alguma coisa que ainda não aconteceu ou pensou.
Para que uma prova dissertativa seja bem elaborada, alguns cuidados são necessários:
1. Questão elaborada de maneira clara e definida
2. Pergunta não muito aberta – enunciado amplo dá margem para respostas muito variadas
3. Termos como descreva, exemplifique, compare são ótimos para orientar a resposta
4. Pedir justificativa da resposta
5. Não apresentar opções de questões para o aluno, de modo que ele escolha na pergunta o que pode responder
6. Tenha sempre os objetivos claros do que pretende em cada resposta – prepare um esboço de resposta para cada pergunta a fim de verificar o alcance de seus objetivos
7. Faça a correção sem olhar o nome do aluno para que não se deixe influenciar em sua avaliação. Corrija as questões, de todos os alunos, de um número, de uma só vez, de modo que possa ter uma visão geral de como a classe absorveu assunto em cada item e também para não cometer injustiças na correção.
Ainda podemos trabalhar a capacidade dissertativa, na escrita, solicitando ajuda dos alunos na organização de festas, gincanas, passeios e campeonatos. Aqui, eles deverão estabelecer um roteiro, planejamento, atividades, datas, horários, ações, etc. Como podemos notar, a dissertação não implica apenas em uma prova que vale nota ou conceito e que o aluno deverá responder individualmente para demonstrar sua capacidade de reflexão, concatenação de ideias, ampliação de conhecimentos, mas sim a capacidade de escrita segundo uma temática, que pode ser em grupo.
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