As finalidades da escola e da avaliação educacional

Fala-se muito em avaliação escolar: campanhas de TV, dissertações de mestrado, teses de doutorado, programas políticos, filmes, dentre tantos. Porém, não se chega problemática central que permeia a  questão da avaliação nas instituições no sentido da exclusão e classificação.
Quando se avalia a própria avaliação, tem-se  dois aspectos sublinhados em seu bojo: por um lado, excludente e , por outro, classificatória.
Que problemas básicos, então encontramos?
  1. Objetivos: ao invés de haver uma preocupação com a aprendizagem, com o desenvolvimento bio-psico-social, tudo passa a girar em torno único e exclusivamente de medidas classificatórias. Em termos de avaliação da aprendizagem, o produto deve ser a nota, o conceito, a letra que aprova ou reprova, padrão competente ou incompetente, repetente ou promovido, na educação infantil, carinha alegre e carinha triste;
  2. Prática Pedagógica: o docente é um cumpridor de programas e na busca de chegar às metas , utiliza-se do caminho mais conhecido entre nós –a aula expositiva puro e simplesmente! Sem trabalhar os conteúdos de  maneira diferenciada, sem atribuir-lhes significado mais próximo a realidade dos alunos, apenas faz sua função e cobra da mesma maneira, alienando ainda mais o campo de ação-conhecimento- desenvolvimento do alunado. Utiliza a avaliação classificatória o que distancia mais ainda a possível relação pedagógica com os saberes;
  3. Ética: as modalidades de avaliação que são excludentes classificam o aluno fora do padrão desejado, visto que há um score a ser atingido. Neste sentido, a reprovação do aluno é vista como um bem que está sendo feito para seu futuro. Mas, na realidade, o que ocorre é uma experiência negativa com os processos avaliativos.
Se refletirmos sobre o efeito da avaliação classificatória e excludente, imediatamente pensamos nos alunos que são reprovados. Mas, embora estes passem por situação de frustração, há que se pensar, também, nos alunos que obtém sucesso. Como será isso para ele?
Analisando as duas possibilidades temos as seguintes consequências:
  1. Aluno Aprovado
  • Conseguiu tirar notas, passar de ano, adequou-se ao sistema formal de ensino, aprende a sobreviver no sistema de ensino;
  • Embora não tenha se apropriado totalmente do saber, foi aprovado;
  • Uma minoria aprendeu os conceitos e outros tantos, aprenderam no esquema formal de focar a atenção na classificação.
  1. Aluno reprovado
  • Levado a novas reprovações, pois é colocado nas mesmas condições que produziram o fracasso – alunos multirrepetentes
  • Evade por achar que estudo não é para ele
  • Uma minoria dá-se bem na repetência e outros tantos tentam se enquadrar no esquema formal para sobreviver.
Não queremos criticar a avaliação no sentido de excluí-la dos bancos escolares. Porém, esta discussão vai ao encontro do que historicamente a avaliação considerou.
No sentido antropológico, a avaliação é uma necessidade humana pois já no simples processo da existência humana, agimos, erramos, acertamos. Aí está imbricada a avaliação. Ter consciência de seus acertos, seus limites, suas potencialidades, seus procedimentos, suas atitudes, suas práticas, todos estes aspectos contribuem como um referencial avaliativo para si próprio.
A avaliação transcende dimensões. Além de a sua aplicabilidade ser bastante discutida na escola, há também que se considerar a avaliação de si mesmo:
 - Como estou na minha prática?
 - Tenho clareza de meus objetivos?
O que mais incomoda quando há discussão sobre avaliação escolar é o descompasso entre a simplicidade de seu conceito e a dificuldade de colocá–lo em prática!
Até que ponto o professor tem clareza do significado da avaliação que executa?
O que efetivamente se passa na escola?
Deixo aqui aberta a discussão para novos debates que trataremos sobre a tem[atica Avaliação.
Até mais!
https://www.linkedin.com/pulse/finalidades-da-escola-e-avalia%C3%A7%C3%A3o-educacional-hashimoto

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Ética como Fundamento para melhoria da Gestão Pública. Desenvolvimento.

Ética de Platão e Aristóteles: diferenças e semelhanças

Jabuti-piranga